quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O Batizado

Ainda a Margarida não tinha nascido e nós já tínhamos decidido que ela seria batizada. E se este é um passo normal e perfeitamente expectável para a maioria das pessoas, para nós não o era.
Na decisão pesou o facto de virmos ambos de famílias em que o batismo e outras celebrações religiosas sempre estiveram presentes, ainda que nós, pais, não nos enquadremos numa dita 'religião' - o que não significa que não acreditemos em nada, bem pelo contrário.
Mas, em suma, decidimos que, sim, que a Margarida seria batizada, teria o seu dia, um dia em que todos celebraríamos a sua vida. E claro, que teria oficialmente um padrinho e uma madrinha, o que para nós era muito importante.

Para ser sincera, à medida que fomos avançando com os preparativos, passei a encarar a celebração de uma forma diferente, com um simbolismo muito especial. 

Depois de tantos preparativos (e alguns stresses), o dia finalmente chegou e, caramba, não poderia ter sido mais bonito, mais especial. Uma cerimónia íntima e cheia de simbolismo, uma tarde passada com as pessoas que nos são mais queridas, e uma bebé que esteve incrivelmente bem disposta TODO o dia. 

De todas as coisas que me enchem o coração ao relembrar o domingo passado, o humor da Margarida, que andou o dia todo de colo em colo, a dançar e a fazer cu-cu, deixa-me de sorriso nos lábios. Nada do que preparámos para o dia teria o mesmo sabor se a Margarida estivesse desconfortável. Essa é, sem dúvida, a memória mais bonita que guardo desse dia. 

Acabámos o domingo com uma bebé ainda a bater palminhas, na hora de dormir, tal era a excitação - ela sabia que o dia era seu e quis espremê-lo até à última! Acabámos, nós também, com a sensação de que valeu muito a pena, que soube mesmo muito bem reunir toda a gente para, juntos, celebrarmos a vida da nossa Margarida.

Obrigada a todos os que se juntaram a nós e tornaram o dia 22 de Fevereiro ainda mais especial!

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dez!

Dez meses. Dez meses e três dias, para ser mais precisa.

Na véspera de os completar, ouvi, pela primeira vez, a Margarida chamar "mamã", enquanto choramingava, de braços esticados para mim.

Assim, sem que nos apercebessemos muito bem de como a coisa se deu, a Margarida deu um novo salto, desta vez, na linguagem. Literalmente de um dia para o outro, passou a pedir "papa" e a demonstrar que já entrou no esquema causa-efeito, que reconhece cada gesto que me vê repetir há meses -  e a sensação de que ela me viu/ouviu, realmente, durante estes meses todos, que absorveu e assimilou, é para lá de espectacular.  Agora, quando lhe digo que vou preparar a papa dela, já não sinto que estou a falar por falar. A Margarida percebe, arregala os olhos, repete alegremente "papa!" e faz o som de quem está a comer e a saborear. 

Nesta coisa da maternidade, evito ânsias, projecções e desejos de relógios apressados. Percebi que o tempo voa mesmo e que, dentro de nada, terei saudades desta fase. Tal como já sinto saudades das que passaram. Sei que a única coisa que anseio de verdade é ouvir a Margarida. Quero ouvir o que ela tem para dizer, o que pensa, como o estrutura, o que quer. Pensar que, um dia, a Margarida nos dará esse acesso ao que se passa naquela cabecinha parece-me de tal forma fascinante, que é impossível não vibrar com tudo o que começa agora a acontecer.

Ver a Margarida dizer "deita!" à pobre Lara (a cadela), com o dedo indicador esticado, é coisa para me fazer andar ali entre o rebolar no chão de tanto rir e o querer enchê-la de beijos até ela não aguentar mais e chorar.

Gradualmente, a Margarida está a deixar de comunicar à sua forma e a ajustar-se à nossa comunicação. A mostrar que percebe, que esteve sempre atenta (aqueles olhos nunca enganaram!), que sabe o que quer e que vai fazer questão de nos deixar sempre sem quaisquer dúvidas. 

Desde que nasceu, sinto como se a Margarida crescesse dentro do meu peito, tanto quanto cresce fora dele, no seu próprio corpo. E ela cresce, em mim, de forma galopante. Cresce, espalha-se, contamina tudo de amor. 

Com um coração tão redondo, era impossível não rebolar no chão de tanto rir!

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Obrigada, senhores-das-escovas-de-dentes!

Não sei muito bem por que motivo, mas dei por mim a ler as instruções da escova de dentes que comprei para a Margarida, numa espécie de 'que é que isto poderá dizer? Para esfregar para a frente e para trás?!' A verdade é que li e, caramba, ainda bem que o fiz!


Isto da maternidade é assustador! Imaginem que o pai da Margarida, num belo dia, pegava na escova e começava a escovar os dentes à miúda?! Uma pessoa tem de andar sempre sobressaltada com estas coisas! Sempre a tentar antecipar todo e qualquer perigo! Eu, que achava que escovar os (dois) dentes da Margarida seria inofensivo, descubro, por sorte, que isso é tarefa 'das mães'. E é de tal forma uma tarefa nossa, que os senhores-das-escovas-de-dentes até pensam em tudo e fazem cabos mais compridos, para nos auxiliarem. Até me escapou uma lágrima! 

Já os pais, esses seres sem qualquer tipo de conhecimento ou técnica que os torne habilitados para escovar dentes de terceiros, convém mantê-los afastados das escovas de dentes, com cabos concebidos, exclusivamente, para facilitar a vida das mães!

Pais, voltem lá para os vossos jogos de futebol e deixem a coisa com quem sabe, ok?

[Curiosamente, na parte em francês, pode ler-se "Le manche plus long permet une meilleure prise en main de la brosse par un adulte." Conclusão: em português, "adulto" não inclui o conceito de "pai".]

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O problema não são vocês...

Imagem via Pinterest
É ela. A Margarida? Não. A angústia da separação! 

Até há uns dois ou três meses, a Margarida foi uma bebé super sociável, sorridente e de bem com o mundo e todos os seus integrantes. E agora? Agora é isso e muito mais, mas apenas com uma pequena parte do mundo - o dela. 

Mesmo antes de ser mãe, sabia da existência de uma fase assim, pela qual todos os bebés passam, de forma mais ou menos acentuada, mas passam! E passa. Portanto, quando a Margarida começou a 'estranhar' as pessoas menos próximas, isso não me trouxe qualquer tipo de angústia ou preocupação, antes pelo contrário! A chegada dessa fase significa que as emoções, os vínculos e a forma como a Margarida vê o mundo estão a mudar, de acordo com o que é saudável e importante para o seu desenvolvimento. 

O problema é que 'o resto do mundo' passa a ser um conceito altamente abrangente, que não inclui apenas pessoas desconhecidas. Inclui também pessoas próximas, que ficam tristes. Família. No fundo, este conceito passa a referir-se a todas as pessoas que não fazem parte do dia-a-dia da Margarida. De todos os dias. 

E agora, ter de explicar o beicinho e choro da Margarida, sempre que alguém tenta pegá-la ao colo (e especialmente se a levarem para onde o campo de visão não alcance o pai ou a mãe) passou a ser uma constante. Dou por mim a tentar justificar, a insistir que é normal, para não se preocuparem, que ela gosta na mesma das pessoas, que não, não deixou de ser bem disposta e sociável, que sim, passa! E, sobretudo, que ao forçarem a situação, estarão a contribuir para uma bebé ainda mais aflita e angustiada. 

O problema não são vocês. Mas o problema também não é a Margarida! Chama-se crescimento e eu garanto-vos que vai passar.

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