terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Não suporto médicos!

Imagem via Pinterest
Pronto, já disse. 

Não, não tenho fobia a batas, sangue ou agulhas. Lido bem com tudo isso e até com a presença de todos eles, juntos. Não gosto mesmo é de médicos.
Até ser mãe, já tinha recolhido motivos de sobra - alguns deles que me acompanharão para sempre - para duvidar de todo e qualquer diagnóstico. Não foram poucas as vezes em que eu própria tinha chegado ao diagnóstico, muito antes de entrar no consultório, unicamente em busca de uma receita que de outra forma não conseguiria. 

Sim, sim. Precisamos deles e se agora eu cair para o lado, sei que será um deles a salvar-me a vida - espero! O problema é que não confio neles. Não suporto a arrogância, a prepotência, o ânimo leve com que, muitas vezes, apontam um diagnóstico e prescrevem x e y, quase sem olhar para o paciente. Eles mal ouvem. Não gostam. Querem que falemos pouco e, mais que isso, que perguntemos zero. E siga o próximo paciente, que será encaixado em mais uma das doenças standard da época, e que sairá directamente para a farmácia mais próxima, para se encher de antibiótico pela 3ª vez em 6 meses. 

Não suporto o pedestal em que se colocam e que os isenta da necessidade assumir qualquer tipo de erro. E também não suporto quem lá os coloca. 

A não ser que já tenham sido fortemente lesados por algum acto de negligência médica, estarão a pensar que eu sou louca e, acima de tudo, ingrata. Pois eu acrescento que, infelizmente, tenho demasiado crédito para falar - sei bem o que é precisar e ficar com um problema incomparavelmente maior do que o que inicialmente me fez procurar um especialista - portanto, sim, deixem-me lá ser legitimamente louca. 

Depois de ser mãe, especialmente depois que a Margarida entrou para a creche, penso que não se passou um mês sem que houvesse uma passagem pelas urgências. Em diferentes serviços de urgência. Digamos que numa média de 10 maleitas, eles falham 7. Curiosamente, quase todas elas acabam e começam na administração de antibióticos. "Mas a Margarida tomou antibiótico ainda há dois meses!" - e eles querem lá saber disso para alguma coisa?! Querem lá saber se isso vai apenas condenar a criança a ficar totalmente desprotegida e exposta a tudo o que por ela passar?!

Deste lado, não é uma mãe ingrata ou com pouca sorte que escreve. Escreve uma mãe que passou ainda ontem à noite por mais um episódio de urgência, que resultou numa prescrição de antibiótico "porque parece ser otite". Escreve uma mãe que, hoje, viu a filha acordar, após a primeira toma, de rosto inchado e completamente apática. Uma mãe que nem há 3 meses viu a filha ser internada com uma gengivoestomatite aguda, que inicialmente foi diagnosticada como otite/laringite - com prescrição de antibiótico. Sim, o episódio repetiu-se e hoje descobri as primeiras aftas na Margarida - antes disso, já tinha decidido não dar mais nenhuma toma de antibiótico porque, claramente, algo estava mal.

Não suporto médicos. Nestes quase 22 meses da Margarida, perdi a conta à quantidade de aberrações que ouvi, de "profissionais" muito pouco humanos, de diagnósticos errados (dados em 2 minutos, sem qualquer ponderação). Estamos a falar de bebés, de crianças! 

Naturalmente, sei que todas as generalizações são perigosas (e injustas) e que existem médicos excepcionais, que honram a profissão que escolheram e exercem. Simplesmente, esses existem em quantidade muitíssimo inferior. 

A minha filha foi examinada por um médico há menos de 24horas e, no entanto, fui eu que hoje tive de diagnosticar a minha filha e interromper o tratamento prescrito, que só estava a dar força ao vírus. É por isso que eu prefiro ser louca e não confiar cegamente em médicos.

P.s.: Caso algum médico se cruze com este post, faça-me um favor. Da próxima vez que lhe aparecer uma mãe (ou pai!) com um filho no colo, primeiro olhe-a nos olhos e ouça-a de verdade. Ela está aflita, preocupada. Se já faz isso, parabéns, continue o bom trabalho, este post não é para si.

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Sim, estamos de volta!

É verdade, foi uma ausência demasiado prolongada. Afastar-me este tempo do blog não foi uma decisão, foi apenas reflexo da fase que estávamos a viver. As semanas, meses, foram passando. Estar aqui assim-assim não era opção - ou vinha com tempo, ou não vinha de todo. Escrever assim-assim, divagar assim-assim, partilhar assim-assim não eram opções. Portanto, o blog ficou em stand by, numa altura em que todo o tempo foi pouco.

Enfim, desculpas, bem sei - é que agora que regresso, não tenho mais tempo livre (muito pelo contrário). Foram várias as vezes em que pensei em escrever ou cheguei mesmo a fazê-lo e a deixar em rascunho, mas acredito que também passei por uma fase de profunda desconexão com o resto das 'mãezinhas'. Deixei de querer falar sobre os temas que aqui falo por me sentir tão 'à parte', por ter vontade de criticar tudo e mais alguma coisa - e no fundo acabar por me tornar numa delas, defendendo aquilo em que acredito.
Entretanto, a lista mental de temas-que-merecem-mesmo-um-post foi crescendo substancialmente, mas, uma vez que entre a data da última publicação e a de hoje distam largos meses, este post servirá como uma espécie de update.

Ora, a Margarida. A Margarida conta agora uns deliciosos 21 meses (e meio). Mas vamos por partes:
  • Sempre muito adepta da sua independência, a Margarida ameaçou andar desde muito cedo. Cheia de força e equilíbrio, todos davam como certas as longas caminhadas lá pelos 12 meses. Eu pouco ligava a isso. Na verdade, não podia ser mais anti tabelas, cronologias, percentis e afins, que tentam encaixar à força os nossos filhos (e os seus timings) em padrões, como se fossem máquinas saídas da mesma fábrica, com as mesmas peças. A Margarida começou a andar de verdade, sem auxílio ou apoio, aos 13 meses. Sempre me disseram 'ui, quando ela andar é que vai ser! Não vais parar!' - claramente, quem dizia isto, pouco conhecia da Margarida, caso contrário saberia que, perto dela, estar parada nunca foi opção, desde muito cedo. Não senti nada disso quando ela começou a andar - senti apenas choque, durante várias semanas, sempre que a via afastar-se de mim e dizer 'xau' com a mão. E lá ia ela, sozinha, corredor fora, a fazer a curva, até deixar de a ver. A minha filha, a decidir ir para determinado lugar. E a ir. Sozinha. Foi giro e chocante. É passar um ano com um bebé 'atrelado' a nós e conhecê-lo de todos os ângulos possíveis, mas, a partir de um belo dia, podermos ver esse mesmo bebé à distância, a ir, a escolher, a seguir caminho. Literalmente. Agora, não só corre, como faz os silly walks mais engraçados de sempre - e sabe disso. E adora que nós adoremos. 
  • A Margarida sempre adorou comer. Sempre. Agora, adora ainda mais. Agora, que pode comer "tudo", é vê-la verdadeiramente deliciada - o raio da miúda come com prazer! Adora, acima de tudo, pão e iogurte, ou 'páu' e 'cuca', como lhes chama, respectivamente. Banana, uva, manga, sopa, brócolos, bolacha, tomate, massa, salmão e batata (sob todas as formas) são também fonte de grande alegria.
  • Depois de tantos meses com a rotina da creche implementada, chegou o mês de Agosto e uma Margarida de férias. Receei não estar à altura do ritmo a que ela estava habituada, que achasse uma 'seca' estar tanto tempo sem brincar com outros meninos, outros brinquedos, noutros espaços. A verdade é que, nesse aspecto, foi um mês bom. Tão bom! Todos os dias vi a Margarida feliz, a brincar, a dançar e a cantar. Tornou-se mais docinha, mais meiga. Aprendeu a comer sozinha com a colher/garfo e desenvolveu bastante a comunicação. Foi um mês e tanto! De regresso à creche, regressaram também as viroses semanais - mas deixemos isso para outra altura.
  • Nos últimos meses, afinou ainda mais os seus dotes de dançarina e começou também a cantar com alma, com direito a franzir de testa e a semicerrar de olhos. 'O Panda Manda', esse grande hit, é o preferido para dançar. Para cantar, 1000 vezes ao dia, é mais "brilha, brilha lá no céu, a estrelinha que nasceu (...)". 
  • E uma das coisas que mais feliz me deixa: a Margarida adora animais! A atenção manifestou-se muito cedo, com meia dúzia de meses, mas actualmente podemos falar de uma paixão a sério. Felizmente, todos os dias pode ser um bocadinho mais feliz, já que tem a possibilidade de contactar com a '"Lala" e o "Té", cadela e gato, respectivamente. A Margarida está a crescer no melhor desses dois mundos, ainda que continue a desconhecer que estamos a falar de duas espécies tão diferentes, que exigem abordagens diferentes - só não tenho pena do gato, porque ele gosta de se colocar a jeito!
  • O maior salto foi, sem dúvida, o da comunicação. São muitas as coisas que a Margarida já diz e todos os dias nos surpreendemos com a quantidade de coisas que ela sabe/reconhece/demonstra. É incrível assistir a este manifestar constante de vontades, preferências e gracinhas - ok, às vezes não tem assim tanta piada! É ver uma personalidade formar-se e revelar-se, finalmente. É ver muito de nós, também.
Nos últimos meses, as novidades são constantes, diárias. Seria impossível tentar sintetizar tudo num único post. Se disser que todos os dias tenho pelo menos um momento em que olho para a Margarida e sinto que está cada vez mais menina, menos bebé, é fácil de perceber o ponto em que nos encontramos. A Margarida já brinca como uma menina, já dá papa aos bonecos, coloca-os para dormir e ainda os embala. Como é possível?! Não sei, mas sei que é das cenas mais deliciosas de sempre :)

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