quinta-feira, 9 de abril de 2015

Afinal, o que é isso do instinto materno?

Imagem via Pinterest
Após o nascimento da Margarida, não tardou muito até surgir o meu primeiro contacto com esse tal 'instinto materno'. Até então, associava o conceito a uma espécie de instinto de protecção da cria, muitas vezes a tocar ali no animalesco, se necessário. E, de facto, as mães fazem-no, todos os dias. Mas os pais também.

Quando passei para o outro lado da barricada e, também eu, me tornei mãe, percebi que, sim, as mães sabem de coisas que mais ninguém sabe. As mães antevêem, pressentem, sentem! As mães sabem antes dos restantes. 

No início, quando ainda desconhecia o poder desse instinto, não o soube reconhecer. Toda a gente me dizia que as bolinhas brancas que a Margarida (com pouco mais de um mês, na altura) tinha na boca, eram restos de leite. Algo me dizia que não, mas eu nem sabia que voz era essa que insistia 'olha que não, tu sabes que não é leite'. Com a ajuda do Google, percebi em alguns minutos do que se tratava e, no mesmo dia, nas urgências, a candidíase oral foi confirmada.

Seguiu-se uma e outra situação. Situações em que eu dizia 'hmm... não, não é só isso' e em que acabámos por ir às urgências confirmar que, em 99% das vezes, não é mesmo 'só isso'.

As mães sabem muito. Não sei se o facto de termos tido aquele ser a desenvolver-se dentro de nós, em nós, será o responsável por esta ligação tão sensitiva, tão instintiva. Mas acredito que o amor das outras mães, as que não o são de forma biológica, dê também direito ao pack completo, com todo o instinto maternal, como mães que são. 

Ao longo deste ano, foram várias as situações em que confirmei o que o meu instinto me dizia. E ele está sempre ali, alerta, prestes a disparar! Com o tempo, acredito que nós, mães, consigamos dar cada vez mais ouvidos a essa vozinha que, se repararem, está sempre presente. Às vezes podemos nem saber que raio se passa, mas sentimos que não é uma mera indisposição, ou que aquela febre traz água no bico, ou que não, aquilo não é culpa dos dentes que estão a nascer.

Fui pesquisar um bocadinho mais sobre o que é isso do instinto materno. Ao contrário dos répteis, esses pais desnaturados, que se limitam a depositar os ovos num local com condições favoráveis (lembrei-me de uns quantos assim!), a evolução fez com que os mamíferos gerassem as crias nas suas próprias entranhas. Como resultado, para que possam nascer (e ambos sobrevivam), os recém-nascidos são ainda muito vulneráveis. Mais uma vez, a evolução afinou o processo e dotou os mamíferos de antenas especiais, que asseguram um cuidado extra, este instinto que os une às crias. Ainda que exposta da forma mais simplista possível, esta é, basicamente, a explicação que encontram. 

Obviamente, quanto mais informadas, atentas e interessadas forem as mães, mais facilmente se conseguirá entender o que a tal voz poderá querer dizer - nem que para isso tenhamos de recorrer ao Google! Mas é precisamente esse tal instinto que nos faz abrir o Google. É esse momento em que nos ocorre 'hmm... algo aqui não bate certo'.

Ainda que defenda a igualdade (na medida do possível) entre pai e mãe, os pais são demasiado pragmáticos. Mas eles também sabem muito - porque a mãe faz o favor de transmitir toda a informação que recolheu dos 14 artigos que leu e dos 7 posts que encontrou num fórum qualquer. 

São assim as mães dos tempos modernos, que continuam a querer assegurar a sobrevivência dos seus recém nascidos - pelo menos até eles terem uns 60 anos.

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