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Já aqui tive oportunidade de manifestar o meu
Infelizmente, cada vez mais me convenço que a maioria das mães com que me cruzo não são apenas pequeninas enquanto mães. São seres humanos minúsculos, mesquinhos e pobrezinhos.
E a pobreza de espírito é tal, que essas criaturas não param de me surpreender, mesmo nas urgências pediátricas de um hospital. Mesmo, elas próprias, com filhos prostrados nos braços.
Num dos episódios mais recentes, estava eu (também doente), com a Margarida nos braços, à espera (e à espera, e à espera...) de ser chamada. Mas a Margarida estava doente (por isso é que lá estávamos!), logo, para ela nada estava bem. Foi choro, contorcionismo, um sono que só a frustrava mais, muita tosse, muito calor. Muito, muito desconforto.
Eu (já disse que também estava doente?) sentava-me, numa tentativa de aliviar um pouco as costas daqueles 10kgs de pessoa. Mas ela ficava possuída. Levantava-me com ela ao colo. Tinha de me sentar outra vez. Numa dessas vezes, já a sentir-me mal com o calor, tentei tirar o casaco. O meu.
Objectivo: Tirar o casaco
Obstáculos: Um bebé de 9 meses ao colo, doente, possuído e contorcionista
Desafio: Conseguir, com um único braço e uma única mão, despir a manga do casaco (que estava demasiado justo, tal era a quantidade de roupa que trazia por baixo - isto de sair a correr para as urgências não combina propriamente com grandes produções!)
Desafio 2: Não deixar cair o bebé contorcionista, no meio da operação. Com um só braço, porque o outro já estava preso - sim, fiquei com o outro braço entalado na manga do casaco. Não entrava nem saia.
Pessoas à volta: Umas 50, no mínimo.
Ajudas: 0! Z-E-R-O.
Desafio 3: Não insultar cada uma das 'mãezinhas' que ficou com cara de parva a assistir à cena, com um ar ora sádico, ora intrigado, de 'deixa cá ver como ela se vai safar desta'.
É isso mesmo que leram. Numa urgência pediátrica cheia de mães - esses seres tão afáveis e altruístas, que nasceram para cuidar dos outros -, com pessoas sentadas à minha frente, ao meu lado, atrás de mim, não houve uma única pessoa que oferecesse ajuda. Que esticasse a mão e puxasse a porra da manga do casaco.
Não, não equacionei pedir ajuda. Respirei fundo, pousei a Margarida no chão (a rezar para ela colaborar), de pé, com as mãos apoiadas nas minhas pernas e segurei-a entre os meus joelhos. Libertei o braço, pousei o casaco, voltei a pegar na Margarida e, ao olhar para aquelas pessoas, vi, mais do que mães pequeninas, seres humanos medíocres.
Não, não equacionei pedir ajuda. Respirei fundo, pousei a Margarida no chão (a rezar para ela colaborar), de pé, com as mãos apoiadas nas minhas pernas e segurei-a entre os meus joelhos. Libertei o braço, pousei o casaco, voltei a pegar na Margarida e, ao olhar para aquelas pessoas, vi, mais do que mães pequeninas, seres humanos medíocres.
Seres humanos que, além de não saberem estender a mão (literalmente) a quem precisa, ainda olham para o borboto do pijama da criança do lado. Que, só por acaso, está numa urgência pediátrica. Tal como os filhos delas. Mas de sapatos, claro, que isso de ir de pantufas para as urgências seria uma pouca vergonha!
P.S.: Ao ler este post, o pai da Margarida perguntou "e o pai? estava no carro a comer bolachas?". Não, estava a comer um croissant. As regras permitem que apenas um adulto acompanhe o bebé/criança. Mas, pouco depois, o pai conseguiu dar a volta ao segurança e salvar a mãe! Yay!
P.S.: Ao ler este post, o pai da Margarida perguntou "e o pai? estava no carro a comer bolachas?". Não, estava a comer um croissant. As regras permitem que apenas um adulto acompanhe o bebé/criança. Mas, pouco depois, o pai conseguiu dar a volta ao segurança e salvar a mãe! Yay!
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