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Até aos sete meses, a Margarida nunca esteve doente. Ao completar dois meses, já dormia tranquilamente e sem interrupções 10, 11, 12 horas por noite (adormecê-la é que era mais complicado, mas isso é outra história), nunca a ouvimos tossir, nunca teve pingo no nariz ou febre.
Aos sete meses chegou uma otite. Duas semanas depois, uma laringite. Ouvimos a Margarida tossir todos os dias e, sobretudo, todas as noites, há precisamente dois meses e meio. Já perdemos a conta à quantidade de medicamentos que tomou, às idas a urgências, às nebulizações, às noites demasiado longas.
E quando parece que não pode piorar, não é que a coisa piora mesmo?!
Ao cenário anterior, adicionámos recentemente três novas aquisições: uma bronquiolite, uma gastroenterite e uma conjuntivite.
[É escusado dizer que um bebé nunca fica doente sozinho, não é? Estamos os três doentes, de forma quase ininterrupta, desde que foi oficialmente aberta a época das 'ites.]
Não foram poucas as noites em que olhámos um para o outro e questionámos "porquê mais isto?". É que, por muito que saibamos que febres e tosses são mecanismos importantes para o organismo dela, enquanto pais e não médicos da Margarida, vemos um bebé desesperado por dormir, sem estar sempre a acordar com ataques de tosse. Ou por comer, sem ter de vomitar tudo de seguida.
Mas, quando tudo acalma e a tosse dá algumas tréguas, conseguimos ver que, sim, existe um propósito que vai muito para lá dos processos que aquele pequeno corpo tem de levar a cabo, para se tornar mais forte, menos vulnerável.
Acredito que ter um filho doente eleva o exercício da paciência ao máximo. Esse e o do amor. Ter um filho requer uma total disponibilidade e doses gigantescas de paciência. Ter um filho doente requer isso ao quadrado .
Esta experiência faz-nos sentir, muitas vezes, ali no limiar do desespero, do cansaço, da frustração. Mas é quando tudo acalma que se faz sentir o quanto crescemos, nos fortalecemos e tornamos menos vulneráveis, os três, por cuidarmos uns dos outros.
O corpo da Margarida está a ganhar defesas e imunidades. E nós também.
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