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As coisas que temos de alterar e ajustar, para nos tornarmos (bons) pais de alguém, são óbvias. Nem vale a pena dissertar muito mais sobre isso. Mas, nove meses após me ter estreado nestas andanças, continuo a acreditar no que acreditava antes - ser mãe não tem de me anular em nenhum outro papel que eu desempenhe. Pelo contrário. Só me adiciona.
Ser mãe da Margarida transforma-me, afina-me, ensina-me todos os dias. De tal forma que só posso acreditar que isso fará de mim uma melhor pessoa. Pelo menos, uma mais focada no que e em quem realmente importa.
Tirando as rotinas que naturalmente tivemos de adoptar e que diariamente cumprimos, acreditei sempre que, com organização, tudo se conseguiria fazer. Acreditei que, apesar de ser mãe da Margarida e de ela ocupar grande parte do meu dia (e pensamento), conseguiria fazer outras coisas. Coisas que tenho de fazer, coisas que deixei em suspenso e coisas que desejo mesmo fazer.
Até ao dia em que decidi começar a dedicar-me a um novo projecto e, pouco depois, a Margarida adoeceu. E com um bebé doente, onde entra a organização? Não entra. De todo. Com um bebé doente em casa, o resto deixa de existir. Seja pela falta de disposição ou pelo cansaço. O estado de espírito oscila entre a preocupação e a frustração por ter de deixar isto e aquilo em suspenso. Precisamente no momento em que a cabeça andava a fervilhar com ideias!
Assim passámos os últimos dois meses. Ou temos vindo a passar, para ser mais concreta. Esta cadeia de acontecimentos menos agradáveis tem sido uma lição. Se há coisas que não têm de mudar com a maternidade, há outras que mudam inevitavelmente. Posso não me anular, mas passo, rapidamente, para segundo ou terceiro plano. E os meus planos passam para último.
Estou desejosa de poder voltar à rotina normal, com disponibilidade (a todos os níveis) para me entregar ao que deixei em suspenso. Ao que tanto me apaixona.
É que se eu sou melhor por ser mãe da Margarida, também acredito que sou melhor mãe da Margarida se puder ser tudo o resto.
É que se eu sou melhor por ser mãe da Margarida, também acredito que sou melhor mãe da Margarida se puder ser tudo o resto.
Concordo plenamente, as nossas prioridades mudam mas a nossa essência mantêm-se, aliás é importante que se mantenha pela nossa sanidade e daqueles que nos rodeiam.
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