Imagem via Pinterest |
Sempre ouvi dizer que isto de ser mãe era como viver com o coração fora do peito. O meu coração mantém-se por aqui. Mantém-se e bate mais forte que nunca. Mas bate, agora, ao compasso do coração da Margarida.
Só que isto de ser mãe não mexe apenas com o coração. Mexe com a garganta, que fica com um nó apertado, de cada vez que o termómetro dispara. Mexe com o estômago, que dá a sensação de estar virado do avesso, de cada vez que ela chora de dor ou de qualquer outro desconforto. Mexe com as pernas, que ficam bambas, perante tamanha impotência. Mexe com os braços, que ficam dormentes de tanto colo que têm para dar.
Antes de ser mãe, conseguia imaginar que ter um filho doente fosse imensamente angustiante para os pais. Aos 7 meses da Margarida, senti isso na pele. Sentimos. Antes, imaginava que essa angústia se devesse à preocupação. Estes dias ensinaram-me que, mesmo quando o quadro deixa de ser tão preocupante, a angústia mantém-se, de pedra e cal, até ao dia em que a prostração termina. Há poucas coisas mais angustiantes que ver um filho doente. Seja lá que doença for. Sabê-lo doente é mau, mas vê-lo doente é de cortar o coração, aquele que bate no mesmo compasso.
Aos bocadinhos, a Margarida está a melhorar, e nós juntamente com ela. Que isto de amá-la com o corpo todo, às vezes, também dói.
Oh Happy Daisy | Facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário