Se há coisa que estes quase 7 meses de maternidade já me ensinaram é que, para sempre, irei viver dividida. Agora sei que ser mãe é viver numa constante montanha russa de emoções, numa viagem tão alucinante, que chega a ser difícil olhar para os lados e reparar na velocidade a que nos movemos.
O primeiro ano de um bebé é sempre o das maiores novidades, mudanças e conquistas. Começamos com um ser minúsculo, quase em estado vegetativo, que, ao longo dos meses seguintes, dará lugar a um bebé que sorri (com dentes), que brinca, que se senta, que gatinha, com vocábulos que se assemelham a palavras e que tenta, ainda, ensaiar os primeiros passos. Haja metamorfose!
No início, acredito que não se desfruta verdadeiramente. Queremos sobreviver, levar um dia após o outro. Depois começa a fase realmente boa, em que a coisa deixa de ser unilateral, em que o bebé começa a sorrir para nós, a fazer realmente parte do nosso mundo - e a parecer que até gosta de cá viver. Cada vez mais.
Quando damos por nós, já embarcámos na tal viagem alucinante, com bilhete só de ida. Quando olhamos em volta, vamos num TGV rumo ao mês seguinte. E depois ao outro. Para qualquer outra pessoa, foi apenas mais um mês. Para o bebé, foi o mês em que conquistou mais uma mão cheia de habilidades essenciais para as etapas que se seguem. Sempre a somar, sempre a aprender, a explorar e a conquistar mundo. Nós, pais, estimulamos, aplaudimos, mas, sobretudo, assistimos da primeira fila, com os olhos a brilhar e o coração a transbordar.
Já estava habituada a ver a Margarida somar pequenas conquistas, as normais, as expectáveis, mas não menos excitantes. Mas, este mês... caramba, este mês a miúda deu um pulo! São precisos muitos mais dedos para contar as novidades, as novas aquisições, as mudanças, as conquistas. A Margarida cresceu de forma alucinante, nas últimas semanas. E, este mês, por cada vez que me emocionei com a alegria de a ver crescer, logo de seguida, uma imensa nostalgia teimou em invadir-me. Sei que por cada nova habilidade, há um gesto, uma expressão, um som que presenciei pela última vez. Porque a Margarida está a crescer, tanto!
Todas as noites, antes de me deitar, olho para ela e fico ali uns segundos a vê-la dormir, a tentar fotografar mentalmente aquele rosto tão perfeito, tão angelical. Quero guardar cada pedacinho da Margarida. Cada expressão, cada som, cada gesto, cada traço. Sei que não terei memória para tanto, que alguns pedacinhos se perderão pelo caminho e isso dá-me vontade de abraçá-la, para sempre. Mas ela tem coisas para fazer, para ver e viver. Tantas! Sempre mais.
Sei que, para sempre, terei esta sensação agri-doce garantida. Sei que, para sempre, estaremos aqui os dois, a assistir, de coração a transbordar.
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